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As perspectivas para os investimentos em 2024 | V Seminário Previdência Complementar em Debate

12/1/2024

Antonio D’Aguiar, diretor da APEP e mediador do painel, perguntou: “Como vamos rentabilizar os investimentos para podermos pagar os nossos colegas que estão se aposentando?”

Para Andressa Castro, economista chefe da BNP Paribas Asset Management Brasil, o cenário brasileiro para 2024, embora contenha alguns riscos, mostra a nossa economia mais aquecida e resiliente, antevendo um PIB positivo e que cresceu bastante nos dois últimos anos, com avanços no crédito e incremento do emprego.

Segundo ela, isso se deve, também, à economia norte-americana, que se mostra resiliente, e com a expectativa do FED (Banco Central Americano) de cortar juros de modo mais acentuado a partir do segundo semestre e isso implicará também em queda da nossa taxa Selic. Adicionalmente, as nossas exportações agrícolas e de commodities, em especial o petróleo, contribuem para segurar a evolução do dólar.

Andressa aponta para riscos potenciais causados por fatores mais de cunho político do que econômicos. E exemplifica a possibilidade de o governo mudar a meta e com isso promover mais os gastos internos, além do desafio fiscal, que pode ser potencializado pelas dificuldades de o governo alcançar as metas primárias. “Puxadinhos fora do arcabouço fiscal são uma grande preocupação”.

O segundo participante deste painel, Fábio Coelho, presidente da AMEC – Associação de Investidores do Mercado de Capitais, começou a sua fala dizendo, provocativamente, que o aspecto econômico fortemente inserido na questão previdenciária vai acabar moldando também o não menos importante lado jurídico. Em sua apresentação, intitulada Alocação de Fundos de Pensão & Desafios Presentes, ele pergunta: Como as alocações de institucionais se comportaram nas últimas mudança de cenário dos juros?

Para responder a essa questão, valeu-se da análise de uma sequência histórica que demonstrou que os Juros Reais de Longo prazo ainda superiores à de Zona de Conforto Atuarial dos Fundos de Pensão, o que abre espaço para os patrocinadores diversificarem seus investimentos.

Nos primeiros meses de 2012, os investidores começaram a apostar nessa diversificação e private equity, investimentos no exterior e fundos de investimentos imobiliários ganharam a atenção. Contudo, com a forte volatilidade que tomou conta da economia em 2013, no ano seguinte opções mais conservadoras se tornaram recursos de investimentos mais importantes para os fundos de pensão.

Para ele, “Não podemos negligenciar o passado. Temos que olhar a dinâmica de solvência e rentabilidade. Esses são os dragões que perseguem a previdência”, afirmou. E deixa o recado: “Precisamos estar sempre alertas e preparados. O segredo do sucesso é a antecipação do movimento”, finalizou.

Segundo Luis Guedes, sócio e gestor de Equities da Vinci Parters, a alocação mensal em renda variável, nos fundos locais, mostrou nos últimos dois anos um decréscimo e se mostrou uma estratégia perigosa. Isso se justifica principalmente pelos diversos ruídos havidos na economia local neste ano, como resultado de fatores internos e externos.

A importância da diversificação na Renda Variável fica vinculada à definição e ao acerto da estratégia correta. E isso é bastante difícil para o investidor, já que depende da análise de inúmeros aspectos. E acrescenta: “Mais difícil ainda é querer trocar a estratégia”. Ao final, recomenda: “Diversifique a estratégia dentro da mesma faixa de ativos”.

Encerrando esse debate, Guilherme Benites, sócio diretor a Aditus Consultoria Financeira, respondeu ao questionamento de Antonio D’Aguiar sobre que tipo de risco devemos ficar mais atentos para 2024, dizendo que a gente está num momento de queda de juros e é natural que as pessoas voltem a investir, mesmo num ambiente de políticas de investimentos majoritariamente conservadoras.

A despeito do cenário que pode trazer riscos, é preciso deixar bandas para gradativamente ao longo de 2024 começarmos a fazer alocações, por exemplo, em renda fixa, em oportunidades de crédito. Enfim, diversificar o portfólio em aplicações mais locais, com um controle mais qualitativo em bolsa e multisetores. Importante também ampliar as nossas estratégias de investimentos no exterior, com cautela, já que os Estados Unidos e a China também são hoje uma incerteza.

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