O painel sobre o Plano de Gestão Administrativa (PGA), que compôs a agenda do VI Seminário de Previdência Complementar em Debate, trouxe à tona os desafios e oportunidades do custeio administrativo para as entidades fechadas de previdência.
Com a moderação de Marcelo Neves, consultor sênior da NETInvest, participaram como debatedores José Edson da Cunha Júnior, consultor sócio da JCM, Tiago Calçada, diretor de Previdência e Bem-Estar Financeiro da Mercer, e Túlio Maia Guimarães, consultor sênior da Mirador.
As discussões se concentraram em três pilares principais: a necessidade de modernização, a importância da eficiência econômica e a preservação do DNA social, que é o diferencial das entidades fechadas.
José Edson abordou a evolução do custeio administrativo, destacando como, ao longo dos anos, os fundos de pensão migraram de um modelo centralizado para o PGA. Esta mudança teve como objetivo garantir transparência e sustentabilidade ao centralizar a gestão das despesas e do fundo administrativo. Atualmente, o modelo enfrenta desafios, especialmente a necessidade de aumentar a flexibilidade do uso do fundo administrativo para promover a inovação. Ele mencionou que há uma proposta para uma nova regulamentação, com previsão de vigência em 2025, que permitirá às entidades a opção de formar um fundo compartilhado, aumentando o acesso a recursos administrativos para novas iniciativas.
Tiago Calçada reforçou a necessidade de as entidades fechadas serem competitivas em relação às abertas, que apresentam maior flexibilidade de custos. Segundo ele, as entidades fechadas ainda são mais eficientes em custos, mas precisam investir na modernização e em serviços de valor agregado, como o apoio à jornada de bem-estar financeiro dos participantes. Tiago enfatizou que as entidades de previdência fechadas devem ir além do pagamento de benefícios e tornarem-se agentes de suporte financeiro para seus participantes, com uma estratégia de longo prazo que ajude a manter a competitividade.
Complementando as discussões, Túlio Guimarães apresentou um estudo de caso de uma entidade que enfrentou dificuldades para captar adesão em um novo plano de benefício. Esse exemplo ilustrou a importância da viabilidade econômica e da eficiência na administração dos recursos. Para melhorar a sustentabilidade, a entidade precisou investir em campanhas direcionadas e no mapeamento de perfis de seus potenciais participantes, adequando a comunicação e as estratégias de adesão às necessidades específicas do público-alvo. Isso trouxe insights sobre a necessidade de adaptação e conhecimento detalhado dos participantes como formas de melhorar a eficiência do PGA.
O painel concluiu que o sucesso das entidades de previdência complementar fechadas depende de uma gestão equilibrada entre o controle de custos, a eficiência operacional e a qualidade dos serviços prestados aos participantes. A busca por inovação e “escalabilidade” e o compromisso com o bem-estar dos participantes são estratégias fundamentais para enfrentar os desafios do mercado previdenciário e assegurar o crescimento e a sustentabilidade dos planos de previdência fechada.
Confira, na íntegra e detalhadamente, toda a cobertura desse painel no vídeo abaixo: