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Novos modelos de planos para a previdência privada: experiência internacional | 3º Seminário dos Fundos de Pensão e Patrocinadores Privados

19/8/2024

Com a moderação de Juliano Barra, sócio da Barra Barros e Roxo, Advogados, e a participação de Solange Vieira, economista do BNDES, Wagner Balera, diretor-presidente do IPCOM, e de George Sales, professor, pesquisador e consultor da FIPECAFI, o último  painel trouxe uma visão abrangente sobre os desafios e oportunidades da previdência privada no Brasil, enfatizando a necessidade de reformas na governança, a importância da educação financeira e a relevância dos investimentos ESG para a sustentabilidade dos fundos de pensão.

George iniciou o painel apresentando uma pesquisa da Mercer sobre a adequação, sustentabilidade e integridade dos fundos de pensão em diferentes países. “Embora tenha níveis de adequação e integridade comparáveis ao Canadá, o Brasil apresenta uma pontuação relativamente baixa em sustentabilidade, principalmente devido ao regime de adesão não ser automático e à possibilidade de resgate pelos participantes”, destacou George.

Na sequência, Solange compartilhou sua experiência em duas reformas da previdência no Brasil e enfatizou a importância de profissionalizar a gestão dos fundos de pensão, além de destacar a necessidade de melhorar a governança e a educação financeira no país. Ela defendeu incentivos fiscais para fomentar a poupança previdenciária, especialmente entre as faixas de renda mais baixa, e sugeriu a flexibilização das regras de portabilidade e contribuição para atrair mais participantes.

O terceiro palestrante, Wagner, criticou a excessiva interferência do estado na previdência privada, ressaltando que isso contraria o caráter contratual e facultativo da previdência complementar. Ele questionou a sustentabilidade do modelo atual e propôs a adoção de um plano básico que atenda apenas às necessidades essenciais da população, com pilares mistos e privados para complementar a proteção social.

A discussão sobre investimentos ESG (ambientais, sociais e de governança) focou na importância de considerar esses fatores como parte dos riscos operacionais das empresas. George e Solange concordaram que os investimentos em empresas com forte atuação ESG podem trazer melhores retornos a longo prazo e reforçaram a necessidade de capacitação para a correta análise desses relatórios.

O painel concluiu com uma reflexão sobre o futuro da previdência privada no Brasil, destacando a necessidade de adaptação às mudanças no mercado de trabalho e a importância de um modelo de previdência sustentável que seja acessível a todas as camadas da população.

A discussão trazida pelo painel sobre "Novos modelos de planos para a previdência privada: Experiência internacional" levanta questões críticas que vão muito além do universo técnico e alcançam o coração de debates fundamentais para a sociedade brasileira. As opiniões e análises apresentadas pelos especialistas refletem preocupações que devem ser tratadas com a máxima seriedade, dado o impacto direto que as reformas da previdência têm na vida dos cidadãos.

Em suma, o impacto das discussões deste painel na sociedade brasileira é profundo e multifacetado. As reformas e as estratégias propostas podem influenciar diretamente a qualidade de vida das gerações futuras, a confiança nos sistemas previdenciários e a sustentabilidade econômica do país.

Assista à gravação do Painel 5

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