O painel abordou questões profundas sobre como os investimentos podem ser alinhados com objetivos sociais e ambientais, destacando a importância da governança e da sustentabilidade nas decisões de investimento.

Com a moderação de Marcelo Neves, consultor sênior na Net Invest, as falas dos especialistas Bruno Faveri, da Rise Ventures, e Clayton Calixto, da Santander Asset Management, trouxeram uma rica e necessária discussão sobre como o setor financeiro pode agir como um catalisador de mudanças positivas na sociedade. Mais que isso, ressaltaram um ponto crucial: o investimento com propósito e ESG não apenas contribuem para um retorno financeiro sustentável, mas também fomentam um impacto socioambiental significativo.

O debate deixou claro que ESG e investimentos de impacto, embora interrelacionados, são distintos em suas abordagens e objetivos. ESG serve como um filtro essencial na seleção de investimentos, concentrando-se em práticas operacionais que respeitam critérios ambientais, sociais e de governança. Por outro lado, investimentos de impacto buscam gerar benefícios sociais e ambientais explícitos, além do retorno financeiro, indicando uma fusão entre a ética e a economia que é cada vez mais valorizada pelos investidores modernos.

Um dos aspectos mais intrigantes discutidos foi a posição única do Brasil no cenário global de investimentos de impacto. O país é visto como um protagonista emergente, devido à sua biodiversidade e aos desafios socioeconômicos, representando uma frente vital para investimentos que buscam mitigar problemas ambientais e sociais, enquanto oferecem retornos financeiros atraentes.

A discussão sobre endowment funds foi particularmente esclarecedora, destacando como esses fundos podem servir como veículos de longo prazo para a acumulação de capital destinado a causas sociais ou educacionais. A capacidade desses fundos de operar sob uma perspectiva de perpetuidade permite uma abordagem mais estratégica e menos sujeita às flutuações de curto prazo do mercado, o que é essencial para instituições que dependem de doações e investimentos para sustentar suas operações e missões.

No entanto, a discussão também refletiu sobre os desafios persistentes no mercado brasileiro, como a alta atratividade dos investimentos em renda fixa e a relutância em adotar estratégias de investimento mais arriscadas, mesmo quando potencialmente mais rentáveis e benéficas socialmente. Este é um reflexo de uma cultura de investimento que ainda precisa evoluir para incorporar plenamente as práticas de ESG e os investimentos de impacto como norma, não como exceção.

Em resumo, o painel não apenas destacou a importância dos investimentos com propósito na moldagem de um futuro financeiro e socialmente responsável, mas também reiterou a necessidade de uma mudança de paradigma no pensamento do investidor para que este reconheça a inseparabilidade entre retorno financeiro e benefício social. Ao promover essa integração, o setor financeiro pode desempenhar um papel central na promoção de uma sociedade mais justa e sustentável.

Assista à gravação do Talks

Saiba mais sobre os demais painéis do Seminário

• Institucional | 3º Seminário dos Fundos de Pensão e Patrocinadores Privados
• Painel 1 – Desafios do Crescimento da Previdência Privada
• Painel 2 – Princípios ESG – Qual a responsabilidade dos fundos de pensão?
• Painel 3 – Inteligência Artificial e a Decisão de Investimentos
• Painel 4 – Desafios da Governança e a Segurança Jurídica na Previdência Privada
• Painel 5 - Novos Modelos de Planos para a Previdência Privada - Experiência Internacional